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Ana Carolina

A CANÇÃO TOCOU NA HORA ERRADA

A canção tocou na hora errada, e eu que pensei que sabia tudo

Mas se é você eu não sei nada, quando ouvi a canção, era madrugada

Eu vi você, até senti tua mão e achei até que me caia bem como uma luva

Mas veio a chuva e ficou tudo tão desigual

A canção tocou no rádio agora, mas você não

Pode ouvir por causa do temporal,

Mas guardei tuas cartas com letras de fôrma

Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora

Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora

A canção tocou na hora errada, mas não tem nada não, eu até

Lembrei das rosas que dão no inverno

Mas guardei tuas cartas com letras de fôrma

Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora

Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora

A canção tocou na hora errada, mas não tem nada não, eu até

Lembrei das rosas que dão no inverno

Mas guardei tuas cartas com letras de fôrma

Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora

Mas já não sei de que forma mesmo você foi embora


AGORA OU NUNCA

Não existe a lei da gravidade

Nunca é a hora da verdade

Nunca se responde uma pergunta

Nunca é o dia de São Nunca

Nunca é

Agora ou nunca é

Nunca

Quem é livre não quer liberdade

Não existe a lei da gravidade

Pode viajar de avião

Pode colocar os pés no chão

Nunca é…

Não existirá eternidade

Não existe a lei da gravidade

Nunca existiu o paraíso

Nunca é o dia do juízo

Nunca é…


ARMAZÉM

Se precisar de alguma coisa

Vai lá no meu armazém

Tem de tudo quase tudo tem

No meu armazém

Tem de tudo quase tudo

Tem rodo, tem barbante

Tem farinha, pedra-pomes

Prendedô, passadô, escorredô

Esmalte vermelho

E tem até couro pra pandeiro

Mas tudo é embrulhado

Num papel fuleiro

Se precisar de alguma coisa

Vai lá no meu armazém

Tem de tudo quase tudo tem

Mas se você não vem

A saudade é longa dobro minha manga

A saudade é tanta te vendo uma fanta

A saudade é dura vendo também miniatura

A saudade não passa

Só não vendo de graça

A saudade me cala não tem trocado leva bala

A saudade é um bocado paro de vender fiado

A saudade é uma bocado paro de vender fiado

Se precisar de alguma coisa

Vai lá no meu armazém

Tem de tudo quase tudo tem

Por entre o realejo la no fim do dia


BEATRIZ

Olha será que ela é moça

Será que ela é triste

Será que é o contrário

Será que é pintura o rosto da atriz

Se ela dança no sétimo céu

Se ela acredita que é outro país

E se ela só decora o seu papel

E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha será que é de louça

Será que é de éter

Será que é loucura

Será que é cenário a casa da atriz

Se ela mora num arranha-céu

E se as paredes são feitas de giz

E se ela chora num quarto de hotel

E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim me leva para sempre Beatriz

Me ensina a não andar com os pés no chão

Para sempre é sempre por um triz

Ah! diz quantos desastres

Tem na minha mão

Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha será que é uma estrela

Será que é mentira

Será que é comédia

Será que é divina a vida da atriz

Se ela um dia despencar do céu

E se os pagantes exigirem bis

E se um arcanjo passar o chapéu

E se eu pudesse entrar na sua vida


ELA É BAMBA

Então vamo lá: Ana Rita

Joana Iracema Carolina

Ra, ra, ra, ra, ra

Ra, ra, ra, ra, ra

Ela é bamba, ela é bamba, ela é bamba

Ela é bamba, ela é bamba, ela é bamba

Ela é bamba essa preta do pontal

Cinco filhos pequenos pra criar

Passa o dia no trampo pau e pau

Ainda arranja um tempinho pra sambar

Quando cái na avenida ela é demais

Todo mundo de olho ela nem aí

Fantasia bonita ela mesmo faz

Manda todas não erra a mira

Mãe, passista, atleta, manicure, diplomata

Dona da botique, infermeira, acrobata

Para bailar

Bamba, ela é bamba, ela é bamba, ela é bamba

Para bailar, nah (bamba)

Para bailar iê, hê, iêihê

Ela é bamba essa índia da central

Vai no ombro um cestinho com neném

Oito kilos de roupa no varal

Ainda vende cocada nesse trem

Toda sexta ela fica mais feliz

Vai dançar numa boate do jaú

Faz um jeito e já pensa que é atriz

Cada dia inventa um nome

Dora Isaura Emília Teresinha e Marina

Ana Rita Joana Iracema e Carolina

Ela é bamba, ela é bamba, ela é bamba

Ela é bamba, ela é bamba, ela é bamba

Dora Isaura Emília Teresinha e Marina

Ana Rita Joana Iracema e Carolina

Laura Lígia Luma Lucineide Luciana

Quer seu nome escrito numa letra bem bacana

Ela é bala a mestiça é todo gás

Cada braço é uma viga do país

Abre o olho com ela meu rapaz

Ela é quase tudo o que se diz

Quando compra uma briga ela é demais

Vai no groove e não deixa desandar

Ela é pop, ela é rap, ela é blues e jazz

E no samba é primeira linha

Laura Lígia Luma Lucineide Luciana

Quer seu nome escrito numa letra bem bacana

Ela é bamba, ela é bamba, ela é bamba

Ela é bamba, ela é bamba, ela é bamba


GARGANTA

Minha garganta estranha quando não te vejo

Me vem um desejo doído de gritar

Minha garganta arranha a tinta e os azulejos

Do teu quarto, da cozinha, da sala de estar

Venho madrugada perturbar teu sono

Como um cão sem dono me ponho a ladrar

Atravesso o travesseiro, te reviro pelo avesso

Tua cabeça enlouqueço, faço ela rodar

Sei que não sou santa, vezes vou na cara dura,

Vezes ajo com candura pra te conquistar

Mas não sou beata, me criei na rua

E não mudo minha postura só pra te agradar

Vim parar nessa cidade por força da circunstáncia

Sou assim desde criança, me criei meio sem lar

Aprendí a me virar sozinha

E se eu tô te dando linha

E pra depois te abandonar

Aprendí a me virar sozinha

E se eu to te dando linha

E pra depois te abandonar


NADA PRA MIM

Eu não vim aqui

Pra entender ou explicar

Nem pedir nada pra mim

Não quero nada pra mim

Eu vim pelo que sei

E pelo que sei

Você gosta de mim é por isso que eu vim

Eu não quero cantar

Pra ninguém a canção

Que eu fiz pra você

Que eu guardei pra você

Pra você não esquecer

Que eu tenho um coração

E é seu

Tudo mais que eu tenho

Tenho tempo de sobra

Tive você na mão

E agora

Tenho só essa canção


O AVESSO DOS PONTEIROS

Sempre chega a hora da solidão

Sempre chega a hora de arrumar o armário

Sempre chega a hora do poeta a plêiade

Sempre chega a hora em que o camelo tem sede

O tempo passa e engraxa a gastura do sapato

Na pressa a gente nem nota que a Lua muda de formato

Pessoas passam por mim pra pegar o metrô

Confundo a vida ser um longa-metragem

O diretor segue seu destino de cortar as cenas

E o velho vai ficando fraco esvaziando os frascos

E já não vai mais ao cinema

Tudo passa e eu ainda ando pensando em você

Tudo passa e eu ainda ando pensando em você

Penso quando você partiu assim sem olhar pra trás

Como um navio que vai ao longe e já nem se lembra do cais

Os carros na minha frente vão indo e eu nunca sei pra onde

Será que é lá que você se esconde?

Tudo passa e eu ainda ando pensando em você

Tudo passa e eu ainda ando pensando em você

A idade aponta na falha dos cabelos

Outro mês aponta na folha do calendário

As senhoras vão trocando o vestuário

As meninas viram a página do diário

O tempo faz tudo valer a pena

E nem o erro é desperdício

Tudo cresce e o início

Deixa de ser início

E vai chegando ao meio

Aí começo a pensar que nada tem fim

Que nada tem fim


O RIO

Eu vou atravessar o rio a deslizar

Que me separa de você

O tempo atravessa em meu lugar

E deixo pra depois o que eu tinha que fazer

O destino aceito sem dizer sim ou dizer não

Sem entender

E fica a sensação de saber

Exatamente porque menti

Eu sei de onde vim e pra onde irei

Ie, ie, ie, ie, ie

Mas com você fico sem saber onde estou

Nós dois que sequer nos parecemos

E não cabemos mun mesmo espelho

Mas nos olhamos toda manhã

A ferrugem mesmo pouca

Corról os trilhos

As ruas nos atravessam

Sem olhar pro lado

Estou em você

E fica a sensação de saber

Exatamente porque menti

Eu sei de onde vim e pra onde irei

Ie, ie, ie, ie, ie

Mas com você fico sem saber onde estou

Eu vou atravessar o rio a deslizar

Que me separa de você

O tempo atravessa em meu lugar

E fica a sensação de saber

Exatamente porque menti

Eu sei de onde vim e pra onde irei

Ie, ie, ie, ie, ie

Mas com você sem saber onde estou

Eu vou atravessar o rio a deslizar

Que me separa de você


PRA TERMINAR

Pra terminar

Dizer que o amor chegou ao fim

Esqueça de me perguntar

Se ainda há amor em mim

Pra te enganar

escondo no sorriso a dor

Que sinto ao te ver passar

Na rua com seu novo amor

Se eu te encontrar

Não me pergunte como estou

Não saberia te explicar

Pra mim, ainda não terminou

Pra terminar

Dizer que o amor chegou ao fim

Esqueça de me perguntar

Se ainda há amor em mim

Pra te enganar

Escondo no sorriso a dor

Que sinto ao te ver passar

Na rua com seu novo amor

E pra terminar

Dizer que o amor chegou ao fim

Esqueça de me perguntar

Se ainda há amor em mim

Pra te enganar

Escondo no sorriso a dor

Que sinto ao te ver passar

Na rua com seu novo amor

Se eu te encontrar

Não me pergunte como estou

Não saberia te explicar

Pra mim, ainda não terminou


QUE SERÁ

Que será

Da minha vida sem o teu amor

Da minha vida sem os beijos teus

Da minha alma sem o teu calor

Que será

Da luz difusa do abajur lilás

Se nunca mais vier a iluminar

Outras noites iguais?

Procurar

Uma nova ilusão não sei…

Outro lar

Não quero ter além daquele que sonhei.

Meu amor

Ninguém seria mais feliz que eu

Se tu voltasses a gostar de mim,

Se o teu carinho se juntasse ao meu.

Eu errei

Mas se me ouvires me darás razão

Foi o ciúme que se debruçou

Sobre o meu coração


QUEM DE NÓS DOIS

Eu e você,

Não é assim tão complicado, não é dificil perceber

Quem de nós dois

Vai dizer que é impossível, o amor acontecer

Se eu disser que já não sinto nada

Que a estrada sem você é mais segura

Eu sei você vai rir da minha cara

Eu já conheço o teu sorriso

Leio o teu olhar

Teu sorriso é so disfarce

E eu já nem preciso

Sinto dizer

Que amo mesmo, tá ruim pra disfarçar

Entre nós dois

Não cabe mais nenhum segredo,

Além do que já combinamos

No vão das coisas que a gente disse

Não cabe mais sermos somente amigos

E quando eu falo que eu já nem quero

A frase fica pelo avesso

Meio na contramão

E quando finjo que esqueço

Eu não esqueci nada

E cada vez que eu fujo eu me aproximo mais, é é é

E te perder de vista assim é ruim demais

E é por isso que eu atravesso o teu futuro

E faço das lembranças um lugar seguro

Não é que eu queira reviver nenhum passado

Nem revirar o sentimento, revirado

Mas toda vez que eu procuro uma saida

Acabo entrando sem querer na tua vida

Eu procurei

Qualquer desculpa pra não te encarar

Pra não dizer de novo e sempre a mesma coisa

Falar só por falar

Que eu já não tô nem ai pra essa conversa

Que a história de nós dois não me interessa

Se eu tento esconder meias verdades

Você conhece o meu sorriso

Lê o meu olhar

Meu sorriso é só disfarce

O que eu já nem preciso

E cada vez que eu fujo eu me aproximo mais, ê ê ê

E te perder de vista assim é ruim demais

E é por isso que eu atravesso o teu futuro

E faço das lembranças um lugar seguro

Não é que eu queira reviver nenhum passado

Nem revirar o sentimento, revirado

Mas toda vez que eu procuro uma saida

Acabo entrando sem querer na tua vida


RETRATO EM BRANCO E PRETO

Já conheço os passos dessa estrada, sei que não vai dar em nada

Seus segredos sei de cor

Já conheço as pedras do caminho e sei também que ali sozinho

Eu vou ficar, tanto pior, o que é que eu posso contra o encanto

Desse amor que eu nego tanto, evito tanto

E que no entanto volta sempre a enfeitiçar

Com seus mesmos tristes velhos fatos

Que num álbum de retrato eu teimo em colecionar

Lá vou eu de novo como um tolo, procurar o desconsolo

Que cansei de conhecer

Novos dias tristes, noites claras, versos, cartas

Minha cara, ainda volto a lhe escrever

Pra lhe dizer que isso é pecado, eu trago o peito tão marcado

De lembranças do passado e você sabe a razão

Vou colecionar mais um soneto, outro retrato em branco e preto

A maltratar meu coração


TÔ SAINDO

Um buraco é um lugar onde alguém afunda

Um buraco é um lugar onde eu não quero estar

Deixa estar, deixa estar minha boca linda

Quero te ver, quero te ver passar

Eu tô saindo, eu tô saindo, eu tô saindo deste

Eu tô saindo, eu tô saindo deste buraco

Help! Eu preciso sambar

Help! Não há quem me pare

Help! Eu preciso sambar

Um buraco no chão é uma armadilha

Um buraco no teto é complicação

Se chover quero estar do teu lado, o minha

Se o sol aparecer já não garanto não

Eu tô saindo, eu tô saindo, eu tô saindo deste

Eu tô saindo, eu tô saindo, eu tô saindo já

Eu tô saindo, eu tô saindo, eu tô saindo deste

Eu tô saindo, eu tô saindo, eu tô saindo deste buraco

Help …

Uma fenda, uma fossa, uma rachadura

Uma vala, um cabresto, eu não quero não

Eu te vi no buraco da fechadura

Com um buraco feito a bala no teu coração

Uma toca, um vão um beco sem saída

Um buraco no dente é uma dor de cão

Eu não quero passar pela avenida

Numa escola sem enredo e mal de evolução


TRANCADO

Eu tranco a porta pra todas as mentiras

E a verdade também está lá fora

Agora, a porta está trancada

A porta fechada me lembra você a toda hora

A hora me lembra o tempo que se perdeu

Perder é não ter a bússola

É não ter aquilo que era seu

E o que você quer?

Orientação?

Eu tranco a porta pra todos os gritos

E o silêncio também está lá fora

Agora a porta está trancada

Eu pulo as janelas

Será que eu tô trancado aqui dentro?

Será que você tá trancado lá fora?

Será que eu ainda te desoriento?

Será que as perguntas são certas?

Então eu me tranco em você

E deixo as portas abertas


VIOLÃO E VOZ

Eu faço samba e amor a qualquer hora

Eu faço samba e amor a qualquer hora

De madrugada tem batucada

Eu tô afim de você

Ficar parado eu não aguento (eu não aguento)

Nã quero viver a exemplo da vida dos santos

Eu não moro em São Francisco, eu não moro em São Francisco

Eu não moro em São Francisco, eu não moro em São Francisco

E você faça de mim um instrumento da tua paz

E sabe do que mais

Eu sou, como um tambor que ressoa mais dentro dele

Que da pessoa

Eu faço samba e amor a qualquer hora

Por que não agora?

Eu não posso perder você

Como quem perde um real e não nota não vê

Sem querer pisei num despacho

E saí cantando Geraldo Pereira

Mas sem querer eu pisei num jardim

E saí cantando Noel Rosa

Mas sem querer eu pisei num jardim e saí cantando Noel Rosa

E você faça de mim um instrumento da tua paz

E sabe do que mais

Eu sou, como um tambor que ressoa mais dentro dele

Que da pessoa, (e sabe do que mais)

Eu tenho você no coração

Ficar sozinho é pra quem tem coragem

Eu vou ler meu livro cem anos de solidão

E nada melhor que ficar a sós com a voz e o violão

E nada melhor que ficar a sós com violão e voz

De madrugada tem batucada, de madrugada tem batucada