Gabriel O Pensador
ASTRONAUTA
Astronauta, tá sentindo falta da Terra?
Que falta que essa Terra te faz?
A gente aqui em baixo contiua
em guerra
olhando aí pra lua implorando
por paz
Então me
diz: porque que
voce quer voltar?
Voce nao ta feliz onde
voce esta?
Observando tudo a distancia
Vendo como a
Terra é pequenininha como
é grande a nossa ignorancia
E como a nossa vida é mesquinha
a gente aqui na bagaço morrendo
de cansaço
De tanto lugar por algum espaço
E voce, com todo esse
espaço na mao,
querendo voltar aqui pro chao?
Ah não, meu irmão.. qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?
Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
se abraçam e beijam
no céu
ah não , meu irmão
quela é a tua?
que bicho te mordeu aí
na lua?
Fica por aí que é melhor
que cê faz
A vida por aqui tá difícil demais
aqui no mundo
o negócio tá feio
tá todo mundo feito cego em tiroteio
olhando pro alto, procurando a
salvação, ou pelo menos uma
orientação
voce já tá perto de Deus, astronauta
Então me promete que
pergunta pra ele as respostas
de todas as perguntas e me
manda pela internet
É tanto progresso que eu pareço uma
criança
Essa vida de internauta me cansa
astronauta, ce volta e deixa
eu dar uma volta na
nave, pasa a chave que eu to de
mudança
Seja bemvindo, faça o favor
e toma conta do meu computador porque eu
to de mala pronta to de partida
e a passagem é só de ida
to preparado pra decolagem,
vou seguir viagem, vou me desconectar
porque eu ja
to de saco cheio
e não quero receber nenhum
email com noticia dessa merda de lugar
Eu vou pra longe, onde não exista
gravidade pra
me livrar do peso da responsabilidade
de viver nesse planeta doente
E ter que achar a
cura da cabeça e do coração da gente
Chega de loucura, chega de tortura
Talvez aí no espaço eu ache alguma criatura
inteligente, aqui tem muita gente, mas
eu só encontro solidão
ódio mentira ambição
estrela por aí é o que não falta,
astronauta,
A Terra é um planeta em
extinção
uuu..
CACHIMBO DA PAZ
A criminalidade toma conta da cidade
A sociedade põe a cupa nas autoridades
O cacique oficial viajou pro Pantanal
Porque aqui a violência tá demais
E lá encontrou um velho índio que usava um fio dental
E fumava um cachimbo da paz
O presidente deu um tapa no cachimbo e na hora
De voltar pra capital ficou com preguiça
Trocou seu paletó pelo fio dental e nomeou
O velho índio pra ministro da justiça
E o novo ministro chegando na cidade,
Achou aquela tribo violenta demais
Viu que todo cara-pálida vivia atrás das grades
E chamou a TV e os jornais
E disse: “Índio chegou trazendo novidade
Índio truoxe cachimbo da paz
Maresia, sente a maresia
maresia, uuu…
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
Acende, puxa, prende, passa
Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Todo mundo experimenta o cachimbo da floresta
Dizem que é do bom
Dizem que não presta
Querem proibir, querem liberar
E a polêmica chegou até o congresso
Tudo isso deve ser pra evitar a concorrência
Porque não é Hollywood mas é sucesso
O cachimbo da paz deixou o povo mais tranqüilo
Mas o fumo acabou porque só tinha oitenta quilos
E o povo aplaudiu quando o índio partiu pra selva
E prometeu voltar com uma tonelada
Só que quando ele voltou “sujou”!!!
A polícia preparou uma cilada
“O cachimbo da paz foi proibido,
entra na caçamba, vagabundo!
Vamô pra DP! Ê êê! Índio tá fudido porque lá o pau
Vai comer!”
Maresia, sente a maresia
maresia, uuu…
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
Acende, puxa, prende, passa
Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Na delegacia só tinha viciado e delinquente
Cada um com um vício e um caso diferente
Um cachaceiro esfaqueou o dono do bar porque ele
Não vendia pinga fiado
E um senhor bebeu uísque demais, acordou com um travestí
E assassinou o coitado
Um viciado no jogo apostou a mulher, perdeu a aposta
E ela foi sequestrada
Era tanta ocorrência, tanta violência que o índio
Não tava entendendo nada
Ele viu que o delegado fumava um cachimbo fedorento
E acendeu um “da paz” pra relaxar
Mas quando foi dar um tapinha
Levou um tapão violento e um chute naquele lugar
Foi mandado pro presídio e no caminho assistiu um
Acidente provocado por excesso de cerveja:
Uma jovem que bebeu demais atropelou
Um padre e os noivos na porta da igreja
E pro índio nada mais faz sentido
Com tantas drogas porque só o seu cachimbo é proibido?
Maresia, sente a maresia
maresia, uuu…
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
Acende, puxa, prende, passa
Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Na penitenciária o “índio fora da lei”
Conheceu os criminosos de verdade
Entrando, saindo e voltando cada vez mais
Perigosos pra sociedade, aí, cumpádi, tá rolando
Um sorteio na prisão pra reduzir a super lotação
Todo mês alguns presos tem que ser executados
E o índio dessa vez foi um dos sorteados
E tentou acalmar os outros presos:
“Peraí…, vamô
Fumar um cachimbinho da paz
Eles começaram a rir e espancaram o velho índio
Até não poder mais e antes de morrer ele pensou:
“Essa tribo é violenta demais…
Eles querem acabar com a violência,
mas a paz é contra a lei e a lei é comtra a paz”
E o cachimbo do índio continuava proibido mas se você quer
Comprar é mais fácil que pão
Hoje em dia ele é vendido pelos mesmos bandidos que mataram
O velho índio na prisão
Maresia, sente a maresia
maresia, uuu…
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Manda a fumaça do cachimbo pra cachola
Acende, puxa, prende, passa
Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Maresia, sente a maresia
maresia, uuu…
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Sente a marisia
Índio quer cachimbo, índio quer fazer fumaça
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Sente a marisia, acende, puxa, prende, passa, uuu…
Apaga a fumaça do revólver, da pistola
Sente a marisia maresia, índio quer fazer fumaça..
CACHORRADA
Sou um vira-lata e tô a fim daquela gata de responsa
Que parece uma onça
Ela é de raça, não é nenhuma gata vadia
E quando ela passo o meu pelo se arrepia
Ela mia, miau, e eu passo mal
Eu não sou gato
Eu só lato, desistir e procurar uma cadela
Eu disse: é ruim, animal, de cachorra eu tô legal
A última que eu tive me trocou por um chow-chow, é tudo igual:
Jeitinho de santa, cara-de-pau, e quando ficam no cio fazem até bacanal
Tô a fim de uma gata
Mas só tem cachorra (3x)
Tô a fim de uma gata mas só acho canina
Vou soltar os cachorros em cima
Eu já rezei pra São Bernardo pra conquistar esse amor e até procurei um pastor
Mas eu não entendi a oração que o pastor me passou porque o pastor era pastor alemão
E eu só ia latir em português!
Estou me sentindo um piquinês!
- Um conselho, deixa a gata pra la
Ou cê só vai arrumar sarna pra se coçar
Ela é muita ração pra sua tigela
Ela mora na mansão, você mora na favela
Ela come só salmão, tu nem pão com mortadela
Ela torce pro Palmeiras, tu é Timão
Ela é Mangueira e tu Portela
E tu é cão vira-lata, ela é gata, esquece!
Eu te apresento pruma poodle mais bonita que a Lassie
Au, au, alto lá!
Só porque você foi adestrado tá querendo me ensinar?
Eu conheço a tua raça…
Quer meter o focinho onde não foi chamado?
Passa, passa, passa!
Que eu não sou Pitbull mas tô ficando nervoso
Avisa pra gata que ela vai ter um esposo
Que é um vira-lata teimoso
Eu não sou nenhum dálmata mas também sou pintoso
Tô a fim de uma gata
Mas só tem cachorra (3x)
Tô a fim de uma gata mas só acho canina
Vou soltar os cachorros em cima
E aí, vira-lata?
- Fala, fila!
Não se finge de morto, não, não vacila
Aí… aquele gato ali… tá a fim da tua gata e falou que faz na pata
com você
Quero ver, vai lá e mete o canino na orelha
Dá-lhe uma dentada feito o Tyson atacando o Hollyfield
Pega esse Garfield na porrada, aí…
Qualé a da parada, aí?
Não vai fazer nada, aí?
- Calma aí, sem briga
Eu quebro esse mané só na idéia, se liga:
- Escuta aqui, seu projeto de tamborim!
Eu não tô falando grego nem latindo em latim
Eu tô a fim daquela gata e tô sabendo que tu quer levar uns tapa na lata
Mas não vou perder meu tempo com moleque brigão
Que não tem nada na cabeça e tira onda de machão
Tá querendo se atracar comigo?
Não rola!
Vai atrás do piu-piu, frajola!
Tô a fim de uma gata
Mas só tem cachorra (3x)
Tô a fim de uma gata mas só acho canina
Vou soltar os cachorros em cima
Tá cheio de Rotweiller cercando a casa dela
Mas eu tô entrando pela janela
Pareço até um gato mas não mio nem arranho…
Aúúú!
Ela tá tomando banho!
- Oi, deusa felina
Gostei desse banho de língua, cê me ensina?
-
Que isso!? Cachorro! Me solta!!
-
Calma, gatinha, vâmo dá uma volta…
Fica tranquila que eu não vou te morder
Encolhe as suas unhas que eu te levo pra ver
Um filmaço que eu assisto todo dia:
O frango que rola, lá na padaria
Vâmo! Foge da mansão
E vem conhecer a minha vida de cão que tem mais emoção
Tô a fim de uma gata
Mas só tem cachorra (3x)
Tô a fim de uma gata mas só acho canina
Vou soltar os cachorros em cima
- Bora, gatinha
Cola na minha
-
Pega!!
-
Ih babou! A carrocinha!!
Au, au, algemaram meu pescoço
Onde já se viu?
Me trancaram num canil!
Se eu tivesse pedigree eu duvido que estivesse aqui
Pagando por um crime que eu não cometi
Eu não sou lobo e a gata não é ovelha mas eu também não sou bobo e tô
com a pulga atrás da orelha
Com esse cão policial que fica rindo de mim
Tá bancando o Rin-tim-tim mas parece o rabujento
Me tira daqui! Eu não tenho sete vidas
Preciso aproveitar o meu tempo
Tô a fim de uma gata
Mas só tem cachorra (3x)
Tô a fim de uma gata mas só acho canina
Vou soltar os cachorros em cima
Agora eu tô na boa
A gata me tirou do canil e pediu pra ser minha patroa
Eu nunca fui de baderna
Mas também não saio com o rabo entre as pernas
Bicho solto!
O meu dono é a liberdade
Osso duro de roer é pra roer com vontade
É o bicho
Quem se empenha chega lá
A gatinha tá prenha
Vâmo vê que bicho dá…
LÔRABURRA
(Essa eu dedico pras mulheres de verdade
Mulher brasileira
Cidadã brasileira tem que ser verdadeira!
É, é bem por ai…)
Existem mulheres que são uma beleza
Mas quando abrem a boca, hum, que tristeza!
Mas não é o seu hálito que apodrece o ar
O problema é o que elas falam que não dá pra aguentar
Nada na cabeça, personalidade fraca
Tem a feminilidade
E a sensualidade de uma vaca
Produzidas com roupinhas da estação
Que viram no anúncio da televisão
Milhões de pessoas transitam pelas ruas,
Mas conhecemos facilmente esse tipo de perua
Bundinha empinada pra mostrar que é bonita
E a cabeca parafinada pra ficar igual paquita
Lôraburra!
Lôraburra!
Lôraburra!
Lôraburra!
Lôraburra!
Elas estão em toda parte do meu Rio de Janeiro
E as vezes me interrogo se elas estão no mundo inteiro
A procura de carro, a procura de dinheiro
O lugar dessas cadelas era mesmo num putero
Só se preocupam em chamar a atenção
Não pelas idéias, mas pelo burrão
Não pensam em nada, só querem badalar
Estar na moda, tirar onda, beber e fumar
Cadelinhas de boate ou ratinhas de praia
Apenas os otários aturam a sua laia
E enquanto o playboy te dá dinheiro e atenção
Eu só saio com você se for pra ser o Ricardão
Lôraburra!
Lôraburra!
Lôraburra!
Lôraburra!
Lôraburra!
Não eu não sou machista, exigente talvez
Mas eu quero mulheres inteligentes, não vocês!
Vocês sao o mais puro retrato da falsidade
Desculpa amor mas eu prefiro mulher de verdade!
Você é mediocre e ainda sim orgulhosa
Loira burra, é mole? não está com nada e está prosa
O seu jeito forçado de falar é deprimente
Já entendi seu problema, você está muito carente
Mas eu só vou te usar, você não é nada pra mim
(Ai meu amor foi bom pra você?)
Ah deixa eu dormir!
Pra que dar atenção a quem não sabe conversar?
Pra falar sobre o tempo ou sobre como estava o mar
Não, eu prefiro dormir, sai daqui!
Eu ja fui bem claro, mas vou repetir
E pra você me entender, vou ser até mais direto:
Loira burra, você não passa de mulher objeto
Lôraburra!
Lôraburra!
Lôraburra!
Lôraburra!
Lôraburra!
RETRATO DE UM PLAYBOY
Pergunta prum playboy o que é que ele pensa
Sabe o que ele diz ? (Se borra todo)
Não, mais ou menos assim:
Sou playboy e vivo na farra Vou à praia todo o dia e sou cheio de marra
Só ando com a galera e nela me garanto
Só que quando estou sozinho eu só ando pelos cantos
Por que eu luto Jiu-jitsu mas é só diversão
É isso aí meu cumpádi my brother meu irmão
Se alguma coisa está na moda então eu faço também
Igualzinho a mim eu conheço mais de cem
Se eu faço tudo o que eles fazem então tudo bem
Não quero estudo nem trabalho Não vem que não tem
Porque eu sou o quê ?
Um playboyzinho e disso não me envergonho
Não sei o que é a vida Não penso
Não sonho praia surf e chopp
Essa é a minha realidade
Não saio disso porque me falta personalidade
Não tenho cérebro apenas me enquadro no sistema
Ser tapado é a minha sina
Ser playboy é o meu problema
Faço só o que os outros fazem e acho isso legal
Arrumo brigas com a galera e acho sensacional
Me olho no espelho e me acho o tal
Mas não percebo que no fundo eu sou um débil mental Por que
Sou playboy filhinho de papai
Me afundo nessa bosta até não poder mais porque
Sou playboy filhinho de papai
Sou um débil mental Somos todos igual por que
Souplayboy filhinho de papai
Me afundo nessa bosta até não poder mais porque
Sou playboy filhinho de papai
Sou um débil mental Somos todos iguais
Com a cabeça raspada ou cheia de parafina
Eu não tiro onda porque acho que sou gente fina
Mas na verdade eu pertenço a pior raça que existe
Eu sou playboy penso que sou feliz
Mas eu sou triste Eu sou pior que uma praga
Eu sou pior que uma peste
Eu tô em qualquer lugar da superfície terrestre
E digo aonde a playboyzada prolifera a mil
E num país capitalista pobre como o Brasil
Onde não somos patriotas ou nacionalistas
Gosto das cores dos states com as estrelas e listras
É o que eu sinto pelo país e que eu sinto pelo povo
Olha só que legal quando eu pego um ovo
E entro no carro com os amigos levo o ovo na mão
Olha o ponto de ônibus Freia aí meu irmão !!
E ru taco o ovo bem na cara de um trabalhador
Que esperava o seu ônibus que passou e não parou
Que maneiro eu não ligo pra quem tá sofrendo
Eu vez de eu dar uma carona eu deixo o cara fedendo
Que legal se um mendigo me pede um cigarro
É apenas um motivo pra tirar mais um sarro
sacanear um mendigo é a maior diversão
Não tem problema há quantos dias ele não come um pão
E por falar em pão que eu como todo dia
Eu me lembrei da empregada que se chama Maria
Ela me dá comida me dá roupa lavada
Mas quando eu tô presente ela é sempre humilhada
Você precisa ver como eu trato a coitada
Eu a rebaixo e esculacho e fico dando risada por que
Sou playboy filhinho de papai
Me afundo nessa bosta até não poder mais porque
Sou playboy filhinho de papai
Sou um débil mental Somos todos igual por que
Souplayboy filhinho de papai
Me afundo nessa bosta até não poder mais porque
Sou playboy filhinho de papai
Sou um débil mental Somos todos iguais
Eu não sei nada dessa vida e desse mundo onde estou
E é quando eu saio de noite que eu vejo a merda que eu sou
Sem ter o que fazer ser ter o que pensar
Eu encho a cara de bebida até vomitar
E os falsos amigos que vão lá me carregar
São os mesmos que depois só vão me sacanear
Mas na cabeça da galera tamb;em não tem nada
Somos um monte de merda dentro da mesma privada
E até engraçado pela moda sou guiado
Adoro reggae mas não seu o que o Bob Marley diz
E se eu soubesse talvez não fosse tão infeliz
Mas eu sou um otário a minha vida não presta
Inteligência ? não tenho
A burrice é o que me resta
Então agora dá licença que eu vou parar
Minha cabeça tá doendo Eu vou descansar
E esse lugar tá fedendo quem mandou eu pensar ? Por que eu
Sou playboy filhinho de papai
Me afundo nessa bosta até não poder mais porque
Sou playboy filhinho de papai
Sou um débil mental Somos todos igual por que
Souplayboy filhinho de papai
Me afundo nessa bosta até não poder mais porque
Sou playboy filhinho de papai
Sou um débil mental Somos todos iguais
Esse é o retrato da nossa juventude
Seja o playboy da maconha ou o playboy da saúde
E se cuidarmos assim do futuro do Brasil
Vamos levar esse país para a puta que pari