Rita Lee
AMOR E SEXO
AMOR É UM LIVRO Ð SEXO É ESPORTE
SEXO É ESCOLHA Ð AMOR É SORTE
AMOR É PENSAMENTO, TEOREMA
AMOR É NOVELA Ð SEXO É CINEMA
SEXO É IMAGINAÇÃO, FANTASIA
AMOR É PROSA Ð SEXO É POESIA
O AMOR NOS TORNA PATÉTICOS
SEXO É UMA SELVA DE EPILÉTICOS
AMOR É CRISTÃO Ð SEXO É PAGÃO
AMOR É LATIFÚNDIO Ð SEXO É INVASÃO
AMOR É DIVINO Ð SEXO É ANIMAL
AMOR É BOSSA NOVA Ð SEXO É CARNAVAL (ou ou ou uuu)
AMOR É PARA SEMPRE Ð SEXO TAMBÉM
SEXO É DO BOM Ð AMOR É DO BEM
AMOR SEM SEXO É AMIZADE
SEXO SEM AMOR É VONTADE
AMOR É UM Ð SEXO É DOIS
SEXO ANTES Ð AMOR DEPOIS
SEXO VEM DOS OUTROS E VAI EMBORA
AMOR VEM DE NÓS E DEMORA
AMOR É CRISTÃO…
BAILA COMIGO
Se Deus quiser, um dia eu quero ser índio
Viver pelado, pintado de verde num eterno domingo
Ser um bicho preguiça e espantar turista
E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, sol
Se Deus quiser um dia acabo voando
Tão banal, assim como um pardal, meio de contrabando
Desviar de estilingue, deixar que me xinguem
E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, banho de sol
Baila comigo, como se baila na tribo
Baila comigo, lá no meu esconderijo
Se Deus quiser um dia eu viro semente
E quando a chuva molhar o jardim, ah, eu fico contente
E na primavera vou brotar na terra
E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, sol
Se Deus quiser um dia eu morro bem velha
Na hora “H” quando a bomba estourar quero ver da janela
E entrar no pacote de camarote
E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, banho de sol
BALADA DO LOUCO
Dizem que sou louca
Por pensar assim
Se sou muito louca
Por eu ser feliz
Mais louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Se eles são bonitos
Eu sou Sharon Stone
Se eles são famosos
I’m a Rolling Stone
Mais louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser um normal
Se eu posso pensar
Que Deus sou eu
Se eles têm três carros
Eu posso voar
Se eles rezam muito, eu sou santa
E já estou no céu
Mais louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser um normal
Se eu posso pensar
Que Deus sou eu
Sim, sou muito louca
Não vou me curar
Já não sou a única
Que encontrou a paz
Mais louco é quem me diz
E não é feliz
Eu sou feliz!
BWANA
Bwana Bwana
Me chama que eu vou
Sou tua mulher robô
Teleguiada pela paixonite
Que não tem cura
Que não tem culpa pela volúpia
Volúpia!
Bwana Bwana
Teu desejo é uma ordem
Te satisfazer é o meu prazer
Que não tem jeito
O meu defeito é não saber parar
Volúpia!
Adeus sarjeta
Bwana me salvou
Não quero gorjeta
Faço tudo por amor
Bwana Bwana
Não sei cozinhar
Mas sou carinhosa
E tenho talento
Pra boêmia,
Corre sangria nas minhas veias
Volúpia!
Adeus sarjeta
Bwana me salvou
Não quero gorjeta
Faço tudo por
Faço tudo…
Faço tudo por amor!
CASO SÉRIO
Eu fico pensando em nós dois
Cada um na sua
Perdidos na cidade nua
Empapuçados de amor,
Numa noite de verão
Ai, que coisa boa!
À meia-luz, à sós, à toa
Você e eu somos um
Caso sério
Ao som de um bolero
Dose dupla
Românticos de Cuba Libre
Misto quente
Sanduíche de gente
COISAS DA VIDA
Quando a lua apareceu
Ninguém sonhava mais do que eu
Já era tarde
Mas a noite é uma criança distraída
Depois que eu envelhecer
Ninguém precisa mais me dizer
Como é estranho ser humano
Nessas horas de partida
É o fim da picada
Depois da estrada começa
Uma grande avenida
No fim da avenida
Existe uma chance, uma sorte,
Uma nova saída
São coisas da vida
E a gente se olha, e não sabe
Se vai ou se fica
Qual é a moral?
Qual vai ser o final
Dessa história?
Eu não tenho nada pra dizer
Por isso digo
Que eu não tenho muito o que perder
Por isso jogo
Eu não tenho hora pra morrer
Por isso sonho
Aaah…são coisas da vida
E a gente se olha,
E não sabe se vai ou se fica
DOCE VAMPIRO
Venha me beijar
Meu doce vampiro
Na luz do luar
Venha sugar o calor
De dentro do meu sangue vermelho
Tão vivo, tão eterno veneno
Que mata sua sede
Que me bebe quente como um licor
Brindando à morte e fazendo amor
Meu doce vampiro
Na luz do luar
Me acostumei com você
Sempre reclamando da vida
Me ferindo, me curando a ferida
Mas nada disso importa
Vou abrir a porta pra você entrar
Beijar minha boca
Até me matar de amor!
FLAGRA
No escurinho do cinema
Chupando drops de anis
Longe de qualquer problema
Perto de um final feliz
Se a Deborah Kerr que o Gregory Peck
Não vou bancar o santinho
Minha garota é Mae West
Eu sou o Sheik Valentino
Mas de repente o filme pifou
E a turma toda logo vaiou
Acenderam as luzes, cruzes!
Que flagra!
Que flagra!
Que flagra!
JARDINS DA BABILÔNIA
Suspenderam os Jardins da Babilônia
E eu pra não ficar por baixo
Resolvi botar as asas pra fora
Porque quem não chora daqui
Não mama dali
Diz o ditado
Quem pode, pode, deixa os acomodados
Que se incomodem
Minha saúde não é de ferro, não
Mas meus nervos são de aço
Pra pedir silêncio eu berro
Pra fazer barulho eu mesma faço
Ou não!
Pegar fogo
Nunca foi atração de circo
Mas de qualquer maneira
Pode ser um caloroso espetáculo
Então o palhaço ri dali
O povo chora daqui
E o show não pára
E apesar dos pesares do mundo
Vou segurar essa barra
LANÇA PERFUME
lança menina , lança todo este perfume
desbaratina não dá pra ficar imune
ao seu amor que tem cheiro de coisa maluca
Vem cá meu bem, me descola uma carinho
Eu sou néném, só sossego com beijinho
E ve se me dá o prazer de ter prazer comigo
Me aqueça
Me vira de ponta cabeça
Me faz de gato e sapato e…
Me deixa de quatro no ato
Me enche de amor , de amor
Lança, lança pefume
oh oh oh oh lança, lança perfume
Lança perfume….
MINHA VIDA
Tem lugares que me lembram
Minha vida, por onde andei
As histórias, os caminhos
O destino que eu mudei
Cenas do meu filme em branco e preto
Que o vento levou e o tempo traz
Entre todos os amores e amigos
De você me lembro mais
Tem pessoas que a gente
Não esquece nem se esquecer
O primeiro namorado
Uma estrela da tv
Personagens do meu livro de memórias
Que um dia rasguei do meu cartaz
Entre todas as novelas e romances
De você me lembro mais
Desenhos que a vida vai fazendo
Desbotam alguns, uns ficam iguais
Entre corações que tenho tatuados
De você me lembro mais
De você, não esqueço jamais!
NEM LUXO, NEM LIXO
Como vai você
Assim como eu
Uma pessoa comum
Um filho de Deus
Nessa canoa furada
Remando contra a maré
Não acredito em nada
Até duvido da fé
Não quero luxo nem lixo
Meu sonho é ser imortal, meu amor
Não quero luxo nem lixo
Quero saúde pra gozar no final
Mas como vai você?
Assim como eu
Uma pessoa comum
Um filho de Deus
Nessa canoa furada
Furou remando contra a maré
Não acredito em nada,não
Até duvido da fé
O GOSTO DO AZEDO
Para o sangue, sou o veneno
Eu mato, eu como, eu dreno
Para o resto da vida, sou extremo
Sou o gosto do azedo
A explosão de um torpedo
Contaminação do medo
Eu guardo o seu segredo
Sou o HIV que você não vê
Você não me vê
Mas eu vejo você
Sou a ponta da agulha
Tanto bato até que você fura
É a minha a sua captura
Sou dupla persona
Seu estado de coma
Sou o caos, sou a zona
Seu nocaute na lona
Sou o HIV que você não vê
Você não me vê
Mas eu vejo você
Eu sou o livre-arbítrio
Sem causa com efeito
Sua força é meu grande defeito
Sou a dor da tortura
Uma nova ditadura
Terminal da loucura
Sou o vírus sem cura
Sou o HIV que você não vê
Você não me vê
Mas eu vejo você
OVELHA NEGRA
Levava uma vida sossegada
Gostava de sombra e água fresca
Meu Deus quanto tempo eu passei
Sem saber
Foi quando meu pai me disse: “Filha
Você é a ovelha negra da família
Agora é hora de você assumir
E sumir”
Baby, baby, não adianta chamar, oh não
Quando alguém está perdido
Procurando se encontrar
Baby, baby, não vale a pena esperar, oh não
Tire isso da cabeça, ponha o resto no lugar
SÓ DE VOCÊ
Será que a gente ainda será
A velha estória de amor que sempre acaba bem, meu bem
Meio demodée pra hoje em dia
Antigamente, tudo era bem mais chique
Porque a gente nem sabe porque
Mas acontece que eu nasci pra ser só de você
É claro que a sorte também ajudou
Ultimamente, um romance dura pouco
Cola, seu rosto no meu rosto
Enrola, seu corpo no meu corpo
Agora, esta na hora de dançar…
VÍTIMA
Com a sutileza de um furacão
Você vai tomando conta do meu coração, babe
Com o sangue frio de um torturador
Eu planejo passo a passo atacar seu amor, babe
Com o jeiro estranho de um cara normal
Chego perto do seu corpo acariciando um punhal, babe
Com a boca seca num deserto sem fim
Nem me toco que você é só miragem pra mim, babe
Falado:
Sou temperamental
As vezes, passo mal
No meio da festa
Detesto multidão
Conheço tanta gente sem atração
Do meu esconderijo no milésimo andar
Espio noite e dia sua vida secreta
O frio de São Paulo me faz transpirar
Sou vítima
Vítima
Vítima da sua janela indiscreta