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Quarteto em Cy

A ESTRADA E O VIOLEIRO

Sou violeiro caminhando só, por uma estrada caminhando só

Sou uma estrada procurando só levar o povo pra cidade só

Parece um cordão sem ponta pelo chão desenrolado

Rasgando tudo que encontra a terra de lado a lado

Estrada de sul a norte eu que passo, penso e peço

Notícias de toda sorte de dias que eu não alcanço

De noites que eu desconheço de amor, de vida e de morte

Eu que já corri o mundo cavalgando a terra nua

Tenho o peito mais profundo e a visão maior que a sua

Muitas coisas tenho visto nos lugares onde eu passo

Mas cantando agora insisto neste aviso que ora faço

Não existe um só compasso pra contar o que eu assisto

Trago comigo uma viola só, para dizer uma palavra só

Para cantar o meu caminho só, porque sozinho vou a pé e pó

Guarde sempre na lembrança que esta estrada não é sua

Sua vista pouco alcança mas a terra continua

Segue em frente violeiro, que eu lhe dou a garantia

De que alguém passou primeiro na procura de alegria

Pois quem anda noite e dia sempre encontra um companheiro

Minha estrada, meu caminho, me responda de repente

Se eu aqui não vou sozinho, quem vai lá na minha frente

Tanta gente tão ligeiro que eu até perdi a conta

Mas lhe afirmo, violeiro, fora a dor, que a dor não conta

Fora a morte quando encontra, vai na frente um povo inteiro

Sou uma estrada procurando só levar o povo pra cidade só

Se meu destino é ter um rumo só, choro em meu pranto é pau, é pedra, é pó

Se esse rumo assim foi feito sem aprumo e sem destino

Saio fora desse leito, desafio e desafino

Mudo a sorte do meu canto, mudo o norte dessa estrada

Em meu povo não há santo, não há força e não há forte

Não há morte, não há nada que me faça sofrer tanto

Vai, violeiro, me leva pra outro lugar

Que eu também quero um dia poder levar

Toda gente que virá

Caminhando, procurando

Na certeza de encontrar


ASAS

Meu coração está solto

Como quem vai voar

Brinca um sorriso na flor da boca

Dançam carinhos no ar

Dançam carinhos no ar

Quem sabe é um passarinho

Que nele se instalou

Ou mariposa, ou borboleta

Asas de beija-flor, alma de beija-flor

Quem sabe é um passarinho

Que fez seu ninho aqui

Ou mariposa, ou borboleta

Asas de bem-te-vi, alma de bem-te-vi

Flutuando no tempo

Inventando a canção

Soltos no espaço, sorriso abraço

Eu e o meu coração

Eu e o meu coração

Eu e o meu coração


MINHA NAMORADA

Meu poeta eu hoje estou contente

Todo mundo de repente ficou lindo, ficou lindo de morrer

Eu hoje estou me rindo, nem eu mesma sei de que

Porque eu recebi uma cartinhazinha de você

Se você quer ser minha namorada

Ah, que linda namorada você poderia ser

Se quiser ser somente minha

Exatamente essa coisinha, essa coisa toda minha

Que ninguém mais pode ser

Você tem que me fazer um juramento

De só ter um pensamento, ser só minha até morrer

E também de não perder esse jeitinho de falar devagarinho

Essas histórias de você

E de repente me fazer muito carinho

E chorar bem de mansinho sem ninguém saber porquê

E se mais do que minha namorada

Você quer ser minha amada, minha amada, mas amada pra valer

Aquela amada pelo amor predestinada

Sem a qual a vida é nada, sem a qual se quer morrer

Você tem que vir comigo em meu caminho

E talvez o meu caminho seja triste pra você

Os seus olhos tem que ser só dos meus olhos

Os seus braços o meu ninho no silêncio de depois

E você tem que ser a estrela derradeira

Minha amiga e companheira

No infinito de nós dois